terça-feira, 7 de julho de 2020

ATITUDE



 ( NOVEMBRO DE 2019 )


Bom, como vocês sabem, sempre escrevo sobre as minhas experiências, meus contos, etc.... Alguns são maravilhosos, outros decepcionantes, outros razoáveis...
Venho trazer para vocês o desta noite, não é um conto, mas algo que quero que sirva de exemplo para muitos...
Não vou citar nome, pois jamais irei expor alguém desta forma, mas acredito que depois desta noite, ele irá refletir e pensar diferente, pois assim como ele, existem tantos outros aqui, com a mesma atitude, e algumas vezes não é por mal, mas devido à criação machista do nosso país, a falta de informação, conhecimento, e até mesmo muitas vezes culpa NOSSA, isso mesmo, de n[os MULHERES TRANS que aceitamos ser tratadas desta forma...
Bom, eu falei que estava louca para comer algo diferente, surgiram alguns convites, dentre eles, deste rapaz, combinamos tudo certo, aonde iríamos, não demorou ele chegou a minha casa, fomos até o shoarma, e depois viemos a minha casa, até ai tudo bem, conversa agradável, muito engraçado e tudo mais, mas ai começou a pecar, quando se referia as trans: os travestis, uns travestis, ele, tudo no pronome masculino, e claro que fui corrigindo-o, pois fiquei muito chateada, ao ver que ele via uma mulher trans, como um homem, outra coisa que me chamou muito atenção, é que ele saia com uma trans de vez em quando, e ela já falava pra ele que queria chupar o pau dele, ou seja, era só sexo mesmo, ia, esvaziava o saco e ia embora, ai que entra o que falo meninas (nós somos algumas vezes, as culpadas, de sermos tratadas apenas como objetos, de sermos usadas) como alguém vai nos levar a sério assim? Aceitar serem procuradas as escondidas, às escuras, somente pra chupar o pau do cara, dar pra ele, satisfazer somente a ele, e depois o cara cair fora, isso é normal pra vocês? Pra mim não é!
Pois bem, eu já estava de pijama, cara, ai veio à decepção maior, em nenhum momento me tocou, pensou em fazer um carinho, me beijar, nada, apenas ficou de pau duro, meio que na conversa soltou indireta para eu chupar o pau dele, depois ficou se esfregando na minha bunda, ele percebeu que eu não Estava curtindo e se vestiu para ir embora...
No final eu como boa capricorniana, desabafei: falei que poderia ter sido tudo maravilhoso, poderia ter sido uma transa ótima, mas ele pecou devida as atitudes dele, aliás, que não teve, que neste caso por vários momentos, me senti apenas um objeto de uso, me senti péssima, e tenho pavor de me sentir assim, por isso seleciono muito bem com quem eu saio, para não passar por este tipo de situação....
Não ia rolar beijo, toque, apenas eu chupar, apenas eu dar, onde apenas uma pessoa sai favorecida, com seu único e próprio prazer...
Mas tudo isso, foi salvo, pela humildade dele no final, de reconhecer, que errou e que tem muito que aprender, volto a dizer, não o culpo, pois vi que ele não tem experiência no meio trans, e as que ele conviveu, era garotas que não tinham visão, valor próprio, que aceitavam serem tratadas de qualquer forma, e também pela criação machista que predomina neste país, mas depois desta noite, tenho certeza, pelo que percebi, e pelo bom homem que ele é, que ele vai começar a mudar os pensamentos e atitudes...
Que isso sirva de lição a todos...
Trans, não são homens, não se baseiam em um órgão genital, vai bem além disso, trans tem sentimentos, gostam de carinho, atenção, ser valorizadas, bem tratadas, mesmo que num encontro ou sexo casual... E volto a repetir, quer sexo comigo? Tem duas maneiras, e uma delas, é pela conquista, me convide pra sair, fazer algo diferente, tenha um bom papo, me trate bem, e o beijo? - ah meu querido, transar sem beijar, pra mim não rola, o primeiro passo vai ser o beijo...

Agora se você quer realmente apenas se satisfazer, não quer beijá-la, não quer tocá-la, fazer apenas o que tem vontade, procurá-la somente as escuras, as escondias, então procure uma gata profissional do sexo, E SEM CHORO, SEM RECLAMAR,  pague, e terá, é o mínimo, já que esta ali somente para ia-la e ir embora depois, é uma troca mais que justa.


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